Cláudio Vasconcelos, artesão e criador da Oficina Ipê, descobriu a vontade de lidar com a madeira, ainda criança. O convívio com os dons artistícos do avô materno, herdado também com muita propriedade por sua mãe, foi fundamental neste despertar de suas habilidades para a arte.
Na busca por mais conhecimento, Cláudio conclui o Curso de Restauração na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, entre 2007 e 2010 e frequentou o curso “Coisas de Madeira” do professor Diego de Assis e aulas de tornearia na Madeira que Gira com o Designer Thomaz Brasil.
Madeiras Brasileiras
O grande diferencial da Oficina Ipê é A MADEIRA BRASILEIRA.
Hoje, o catálogo da Oficina Ipê tem como destaque a linha de canetas e lapiseiras feitas com a utilização de madeiras provenientes de árvores que morrem naturalmente ou que são derrubadas por motivos emergenciais, além de madeiras de demolição e aparas da fabricação de móveis.
AMARELÃO
(Euxylophora paraensis Huber)
Também chamada de pau-amarelo, limãorana, muiratanã ou pau-cetim.
Tem origem na região Norte, principalmente no Pará. O tronco é retilíneo e o cerne indistinto de cor amarela. Madeira moderadamente dura, difícil de aplainar, mas é trabalhada com facilidade na lixa, no torno e na broca.
ANGELIM
(Vatairea heteroptera Ducke)
Madeira pesada e dura, tem o cerne de cor castanho-amarelado quando recém polido, escurecendo para castanho escuro-amarelado com a exposição ao ar. Tem textura grossa e aspecto fibroso acentuado.
(Pithecelobium racemosum Ducke)
Também conhecida como ingarana da terra firme, urubuzeiro ou ingá-caititu. Habita toda a Amazônia até as Guianas e Suriname. Madeira amarela com listas irregulares escuras e aparência de mármore. Textura média a grossa, fácil de trabalhar, tem superfície lisa e lustrosa de ótimo acabamento.
ANGICO
(Anandenanthera peregrina)
Originária da caatinga, aparece em outras áreas do Maranhão ao Paraná. Recebe outros nomes como paricá, angico-de-curtume ou angico-do-morro. Espécie pioneira de grande porte, pode atingir 22 metros de altura. Madeira pesada, de boa resistência e muito durável. Tem textura média, cerne castanho, com reflexos dourados e manchas largas quase pretas.
BÁLSAMO
(Cotyledon orbiculata L.)
Conhecida como pau-de-bálsamo, cabraiba ou óleo vermelho. Encontrada na América Tropical , África do Sul e Ásia, o bálsamo é uma árvore de casca grossa e de propriedades medicinais. Madeira dura ao corte, possui cerne castanho-avermelhado, densidade alta, textura média e superfície irregularmente lustrosa.
CANELA
(Cinnamomum)
Originária do Ceilão, da Birmânia e da Índia, é conhecida desde 2500 a.C. No Brasil pode ser encontrada nos estados de Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul. Considerada símbolo da sabedoria, foi usada na antiguidade para aromatizar vinho. Madeira moderadamente pesada, fácil de trabalhar, superfície irregularmente lustrosa e pouco áspera.
CEDRO
(Cedrela fissilis)
Espécie de grande porte, pode atingir 35 metros de altura. Madeira moderadamente pesada, macia ao corte e durável em ambiente seco. O cedro é uma árvore do oriente, conhecida desde a antiguidade. É utilizada para paisagismo urbano e recomposição de reflorestamentos de áreas degradadas.
CEREJEIRA
(Amburana cearensis)
É uma das mais belas árvores na época de floração. O cerne é castanho-amarelado-claro, às vezes com estrias mais escuras. Apresenta densidade e textura médias e aspecto fibroso atenuado. A cerejeira tem porte intermediário e floração intensa.
CUMARU
(Dipteryx odorata)
Encontrada Amazônia, Cerrado e Pantanal, tem o cerne castanho-claro-amarelado e brilho moderado. Densidade alta, dura ao corte, difícil de ser trabalhada, mas de excelente acabamento no torno. Madeira de lei tem cor variável, conforme o solo em que cresce.
EUCALIPTO VERMELHO
(Eucalyptus ficifolia)
Esta espécie se encontra no litoral norte Gaúcho. O cerne é pardo, sem brilho, difícil de ser tratado. Apresenta densidade alta e textura fina a média sendo dura ao corte. Tem boas características de aplainamento, lixamento, furação e acabamento.
FREIJÓ
(Cordia goeldiana)
Árvore nativa da América do Sul, também chamada de frei-jorge ou louro-freijó. Encontrada na floresta amazônica em regiões de matas altas. Espécie de grande porte com caule reto, cilíndrico, casca fendilhada, escamosa e muito grossa. Cerne castanho-claro-amarelado, pode apresentar manchas e estrias enegrecidas e tem densidade baixa e textura média.
GOIABEIRA
(Psidium guajava)
Também chamada de guava, araça-guaçu, araça-guaiaba ou araçaíba. Possui flores brancas, florescendo a partir do final de setembro, com frutos maduros de dezembro e março. Tronco tortuoso, liso e descamante. É amplamente cultivada tanto em pomares domésticos como em plantações comerciais. É indispensável em plantios para recomposição de áreas degradadas. Apresenta excelente acabamento quando lixada e polida.
GOMBEIRA
(Swartzia spp)
Swartzia áptera – também conhecida como pau-preto ou cumbeira. No Brasil é encontrada na nos estados do Pará e Amapá. Muito utilizada na confecção de arcos para instrumentos de corda.
Swartzia leptopetala – também conhecida como coração-de-negro ou piroqueira, é utilizada para fabricação de fundo e lateral de instrumentos de corda.
GONÇALO ALVES
(Astronium fraxinifolium)
Chamada de aratanha, aroeira-do-campo, batão, chibata, guarabú ou ubatã. Árvore rústica, comum em várias regiões do Brasil, tem forma esguia bastante peculiar. Espécie pioneira, muito pesada, compacta, dura e difícil de trabalhar. O cerne apresenta listras negras de formas diversas. A árvore, pelo porte médio e graciosidade de sua copa, é muito útil em paisagismo e na confecção de instrumentos musicais e canetas torneadas.
IMBUIA
(Ocotea porosa)
Tem ocorrência natural no sul do Brasil, com maior concentração em Santa Catarina. A curiosidade da imbuia é sua associação com a araucária, sendo raro seu cultivo sem pinheiros. A madeira é moderadamente pesada, dura, com coloração de cerne variável e textura média. A trabalhabilidade é uma de suas vantagens, sendo facilmente serrada e com boa aceitação para o manuseio em máquinas.
IPÊ
(Tabebuia)
É encontrada por todo o Brasil. Há muitos séculos, o ipê vem sendo apreciado tanto pela excelente qualidade de sua madeira, quanto por seus efeitos ornamentais, decorativos e até medicinais. Madeira-de-lei muito valorizada e bela, tem cor castanho-oliva ou castanho-avermelhada, com veios resinosos mais escuros.
As diversas variedades de ipê recebem nomes de acordo com as cores das flores ou madeira. Se destacam, entre as mais de 200 variedades:
- ipê-amarelo (tecoma longiflora) – MG, RJ, SP, MT e GO.
- ipê-branco (tecoma Alba) – MG, RJ e PR.
- ipê-roxo ou ipê-rosa (tecoma heptaphylla) – PI, MG, SP e GO.
- ipê-do-brejo (tecoma umbellata) – mangues dos rios de MG e SP.
A casca, entrecasca e a folha do ipê são usadas no tratamento de amidalites, estomatites, infecções renais, varizes e certas doenças dos olhos.
Uma curiosidade sobre a espécie: o ipê sempre foi considerado a árvore nacional brasileira. Entretanto, no dia 7 de dezembro de 1978, a lei nº 6507 declarou o pau-brasil (caesalpinia echinata) como a Árvore Nacional. A flor do ipê mantem-se com o status de “flor do símbolo nacional”.
JABUTICABEIRA
(Myrciaria cauliflora)
Espontânea em grande parte do Brasil. Árvore de porte médio, piramidal, conhecida há mais de 400 anos, também na Argentina, Paraguai e Uruguai. Possui o tronco liso, em tons que variam do marrom claro ao cinza. Os índios consumiam a jabuticaba na forma natural ou em bebida fermentada que preparavam. A jabuticabeira é uma árvore de grande longevidade, bastante utilizada para fins culinários e medicinais. Apresenta excelente acabamento quando lixada e polida.
JACARANDÁ
(Dalbergia nigra)
Espécie pioneira, é encontrada com frequência em matas degradadas e campos. Madeira moderadamente pesada, muito resistente e de longa durabilidade natural, é própria para mobiliário de luxo, sendo mundialmente famoso seu emprego na construção de pianos. Com folhagem delicada e a forma aberta de sua copa, é muito utilizada também para paisagismo.
(Machaerium hirtum)
Também conhecida como jacarandá de espinho, é nativa do Brasil e encontrada do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. Madeira vibrante, com grande reserva de corantes, apresenta suaves listras violáceas, em contraste com incidências castanhas. Árvore pioneira e rústica, de médio porte, é própria para marcenaria. Adequada também à recomposição de matas devido a sua fácil propagação.